Como professores e praticantes de Reiki, todos
nós temos contado a história "tradicional" do Reiki como é ensinada no
Ocidente.
Entretanto, essa história nunca nos pareceu completa e tal
sentimento era compartilhado por muitos de nós. Parecia que faltavam
informações importantes, e partes da história não se encaixavam bem. Alguns
dos "fatos" foram investigados, descobrindo-se que não eram verdadeiros,
e outros não puderam ser confirmados.
As informações sobre o Dr. Usui, ou
Usui Sensei, como ele é chamado pelos estudantes de Reiki no Japão, eram tão
limitadas e pareciam tão fictícias no Ocidente que muita gente começou a
duvidar de que ele realmente tivesse existido. Isso muitas vezes impedia que
as pessoas se sentissem ligadas a ele e ao sistema que ele criara.
No
ano passado publicamos o artigo "Os Ideais Originais do Reiki", que
apresentava uma versão mais autêntica do que a que nos fora ensinada no
Ocidente. Desde aquela época, surgiram novas informações.
Algumas dessas
revelações são fruto da investigação de Dave King, Melissa Riggall, Robert
Jefford e outros. As mais interessantes e verificáveis dessas informações
nos vêm de Frank Arjava Petter e seu novo livro, "Reiki Fire" (O Fogo do
Reiki). Arjava foi um dos primeiros Reiki Masters ocidentais a ensinar
outros mestres no Japão, a partir de 1993.
Com a ajuda de sua mulher
japonesa, Chetna, e de Shizuko Akimoto, Reiki Master no Japão, Arjava
contatou fontes de informações importantes a respeito da história do Reiki.
Várias dessas pessoas haviam aprendido Reiki com alguns dos primeiros
professores de Usui Sensei, ou seja, um Sr. Oishi e um Sr. Fumio Ogawa.
Arjava também conversou com membros da família de Usui Sensei e do Usui
Shiki Reiki Ryoho, que é a organização original fundada por Usui Sensei em
Tóquio. Por meio desses contatos, ele preencheu algumas lacunas na
história do Reiki e descobriu outros fatos valiosos. Essas informações
fornecem uma visão mais profunda de quem foi Usui Sensei, do que o motivou a
redescobrir o Reiki e de como ele e seus alunos o praticavam.
Depois
de ler o livro de Arjava, ficamos interessados em saber mais e enviamos-lhe
um e-mail com várias perguntas. Ele respondeu a nossas perguntas e
convidou-nos para irmos ao Japão visitar os locais sagrados e discutir as
implicações dessas novas descobertas.
Aceitamos prontamente o convite e
partimos para o Japão na segunda semana de setembro.
Muitas
sincronicidades ocorreram em relação a nossa viagem ao Japão. Depois que a
viagem foi marcada, conhecemos pessoas que moravam no Japão e que se
ofereceram para ser nossos guias durante o tempo que passássemos lá. Uma
dessas pessoas, Yuki Yamamoto, viajou de Osaka, no Japão, para os Estados
Unidos a fim de fazer um de nossos cursos, sem saber de nossos planos de
viagem. Osaka fica perto do Monte Kurama, e Yuki estivera lá muitas vezes.
Quando soube de nossa viagem, ofereceu-se para juntar-se a nós no Monte
Kurama, como guia, pondo seu carro a nossa disposição.
Apenas duas
semanas depois de se terem encontrado na Internet, Friedmann, que mora no
Japão, veio à Universidade de Kentucky a negócios e visitou Laura para
trocarem sessões de Reiki. Naquela época ainda não havíamos planejado nossa
viagem. Acontece que Friedmann mora a apenas 10 minutos de onde mora Arjava,
no Japão, e também se ofereceu para ser nosso guia no Monte Kurama! Assim,
sem procurar, havíamos arranjado vários guias extras que acabaram sendo
muito úteis. Sentimos que tais coisas aconteceram como resultado de
nossa prática diária de Reiki, quando pedimos que a energia nos guie em
cada aspecto de nossa vida.
Monte Kurama
Onde o Reiki
Foi Redescoberto
De acordo com
literatura encontrada no Templo do Monte Kurama, em 770 d.C. um sacerdote
chamado Gantei subiu ao Monte, levado por um cavalo branco. Sua alma foi
iluminada com a percepção de Bishamon-ten, o protetor do quadrante norte do céu
budista e espírito do Sol. Gantei fundou o templo budista no Monte Kurama, o
qual passou por vários estágios de desenvolvimento e restauração, e agora
contém vários templos e pagodes. O templo inicialmente fez parte da seita
Tendai, do budismo. Desde 1949, faz parte da seita Kurama-Kokyo.
Arjava, Yuki e
Friedemann nos acompanharam em nossas várias excursões à montanha. O Monte
Kurama tem uma energia maravilhosa! Os templos do Kurama estão localizados na
encosta da montanha, sendo necessário vencer subidas e descidas íngremes a fim
de visitá-los. Normalmente isso seria muito cansativo, mas descobrimos que um
momento de descanso era o suficiente para restaurar-nos as forças. O Monte
Kurama é, verdadeiramente, um "lugar de poder"e a energia que ali
flui transmite muita força, mas, ao mesmo tempo, muita calma. Tem-se ali uma
sensação de contentamento e paz. Também tivemos consciência da presença de
muitos espíritos que ali estavam para nos auxiliar, e deles recebemos
inspiração e orientação.
Nossa
primeira parada, ao subirmos a montanha, foi na Estação San-mon. Existe ali um
santuário que representa a Trindade, que, na seita budista Kurama-Kokyo, é
conhecida como Sonten ou Deidade Suprema. Sonten é considerada como a fonte de
toda criação - a essência de tudo que é. Sonten veio ao mundo, na forma de um
ser, mais de seis milhões de anos atrás, quando Mao-son, o grande rei dos
vencedores do mal, desceu no Monte Kurama proveniente de Vênus. Sua missão era
a salvação e evolução da humanidade e de todas as coisas vivas da Terra. Diz-se
também que Mao-son encarnou como o espírito da Terra, residindo dentro de uma
velha árvore de cedro no topo da montanha. Esse espírito emana do Monte Kurama
até hoje. Sonten manifesta-se na Terra como Amor, Luz e Poder. O símbolo do
Amor é chamado de Senju-Kannon e é muito semelhante ao símbolo Mental/Emocional
de Usui. O símbolo da Luz é chamado de Bishamon-ten e é representado por um
símbolo sanscrítico com o qual não estávamos familiarizados. O símbolo do Poder
é chamado de Mao-son e é representado por uma antiga versão do símbolo Om. A
essência de todos os três está em cada um. Esses três símbolos são semelhantes,
em significado, aos três símbolos do segundo nível do Reiki.
O kanji usado para o símbolo de Mestre no sistema Usui é também usado na
literatura do templo Kurama. O significado do Sonten é expresso usando-se o
mesmo kanji que usamos no Reiki para o símbolo de Mestre. Durante uma oração no
Templo de Hondon, a que tivemos permissão especial de assistir, o sacerdote
usou o nome do símbolo de Usui para Mestre durante parte de seu canto!
Tem que ser mais que coincidência o fato de o símbolo de Usui para Mestre
ser usado no templo Kurama para representar Sonsen, a Deidade Suprema, e que o
símbolo que representa o amor seja muito semelhante ao símbolo mental/emocional
de Usui. Sendo que Usui Sensei recebeu sua iniciação de Reiki no Monte Kurama,
é provável que ele tenha usado algum do simbolismo e da filosofia do templo
Kurama na formulação do Reiki.
Na verdade, pelo que nos explicou Shizuki Akimoto, Usui Sensei estudou
muitas coisas antes de redescobrir o Reiki. Ele utilizou o que estudara,
combinando o resultado de seus estudos com o que lhe parecia certo, formando o
sistema de cura Usui. Isso fica claro nos "Princípios ou Ideais do
Reiki", que agora sabemos proceder do Imperador Meiji. No Memorial de
Usui, localizado no templo Saihoji, encontramos essa indicação. A inscrição
menciona que Usui Sensei estudou muitas coisas, mas sua vida não ia bem quando
decidiu subir ao Monte Kurama para meditar à procura de respostas. Talvez ele
estivesse buscando uma transformação pessoal (e para isso a montanha é famosa)
e ajuda para curar sua vida. Parece que ele fez o que muitos de nós fizemos
quando nossa vida não ia bem e voltamo-nos para o espiritual à procura de
respostas e cura. Ele abriu-se ao poder superior e recebeu cura não apenas para
si mesmo, mas também uma forma de ajudar outras pessoas.
O Monte Kurama é cheio de cedros. Ao subirmos, passamos por uma trilha
perto do topo da montanha, coberta de raízes, e pensamos: sim, as raízes do
Reiki. No topo da montanha existe um lugar muito tranqüilo, com um pequeno
santuário chamado Okunoin Mao-den, onde se diz que Mao-son desceu. Atrás do
santuário, protegido por uma cerca de arame, há um velho cedro que dizem conter
o espírito de Mao-son. Essa área é muito calma e nela se escutam o som de água
corrente e do vento soprando entre as árvores. Passamos muito tempo ali, em
meditação, e fazendo aplicações de Reiki e iniciações uns nos outros.
O Memorial
Respostas Esculpidas na Rocha
Com a
ajuda de Arjava Petter, encontramos o memorial dedicado a Usui Sensei, o
fundador do sistema de cura Reiki. Está localizado no Templo Sihoji, no
distrito Suginami em Tóquio. O memorial foi criado pelo Usui Shiki Reiki Ryoho,
logo após a transição de Usui Sensei. Essa é a organização que Usui Sensei
criou com o fim de promover a prática e o ensino do Reiki. O local do memorial
é mantido pelo Usui Shiki Reiki Ryoho. Isso foi confirmado por funcionários do
Templo Saihoji, onde está localizado o memorial.
Ficamos
surpresos ao saber que o Usui Shiki Reiki Ryoho ainda existe, pois parte da
história "tradicional" diz que todos os membros daquele grupo
morreram na guerra ou haviam deixado de usar o Reiki, e que a sra. Takata tinha
sido a única professora do sistema Usui que restara no mundo. Agora sabemos que
o Usui Shiki Reiki Ryoho sempre existiu e ainda existe hoje.
Eles estiveram
ensinando e praticando Reiki no Japão todo esse tempo.
O memorial consiste em um grande monolito de cerca de 1,20 m de largura e
2,5 m de altura. Nele, escrita em estilo antigo kanji japonês, encontra-se uma
descrição da vida de Usui Sensei e sua descoberta e uso do Reiki. O memorial
fica em um cemitério público junto ao Templo Saihoji, perto da tumba de pedra
de Usui Sensei, onde foram colocadas suas cinzas juntamente com as de sua
mulher e de seu filho. A inscrição da pedra do memorial foi escrita pelo sr. Okata,
que se acredita ter sido membro do Usui Shiki Reiki Ryoho, e pelo sr. Ushida,
que se tornou presidente após a morte de Usui Sensei. Há muitos detalhes
importantes e interessantes na inscrição.
Levamos
flores ao memorial e queimamos incenso. Uma borboleta pousou nas flores que
havíamos levado e sentimos uma grande paz ao desenharmos todos os símbolos do
Reiki e enviarmos Reiki para Usui Sensei. Demo-nos as mãos e oramos pelo Reiki
e por Usui Sensei, pedindo-lhe que nos guiasse ao escrevermos este artigo e
compartilharmos uma compreensão mais exata do Reiki com o mundo todo. Pedimos
que estas novas informações ajudassem a unir todos os praticantes de Reiki em
harmonia e a inspirá-los a usar Reiki para curar uns aos outros, para curar
todas as pessoas do mundo e a Terra como um todo. Enquanto meditávamos,
tornamo-nos conscientes da presença de Usui Sensei cercado de uma luz
brilhante. Sentimos que ele estava muito feliz pela divulgação da imagem de seu
memorial entre tanta gente e pela divulgação de uma compreensão mais clara de
como ele praticava Reiki.
Shizuko
Akimoto forneceu-nos outras informações sobre Usui Sensei e a história do
Reiki. Segundo sua pesquisa com o sr. Ogawa e outros membros do Usui Shiki
Reiki Ryoho, nunca houve uma obrigatoriedade de se cobrar os tratamentos de
Reiki. O Dr. Hayashi cobrava o que as pessoas podiam pagar, e se elas fossem
pobres, ele as tratava de graça. Sua clínica de Reiki não era lucrativa, mas,
sim, fruto do desejo de ajudar as pessoas. Muitos de seus alunos pagavam o
treinamento de Reiki trabalhando na clínica. Se Usui Sensei tornou-se popular
ajudando as vítimas do terremoto de Tóquio, como indicado em seu memorial, é
provável que ele não insistisse que todos pagassem pelos tratamentos, mas, como
o Dr. Hayashi, deve ter tratado muita gente gratuitamente.
por William Lee
Rand e Laura Ellen Gifford
Extraído do REIKI NEWS - The International Center for Reiki
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